O Natal contado
Mais do que nunca, os consumidores europeus procuram
os melhores preços para realizar as suas compras de Natal. O preço tornou-se um
fator decisivo para 92% dos europeus (contra 70% em 2011). Dos consumidores,
84% revelaram que planeiam comprar produtos em saldo/promoção.
Assiste-se a uma redução generalizada no consumo em
países como a Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda e França e, em contraste, um
aumento generalizado dos gastos na Alemanha, Polónia ou Rússia, entre outros.
O entretenimento e férias são os mais penalizados em
Portugal. Um inquérito do Instituto de Turismo mostra que cada vez mais
famílias da classe média ficam em casa devido à crise. Apenas 4% dos
portugueses vão de férias no Natal e no Ano Novo.
Já lá vai o tempo em que nesta altura se viam famílias
carregadas de sacos de compras, agora são cada vez mais os que limitam a
admirar as montras sem entrar nas lojas. São os pequenos e médios comerciantes
que mais sofrem, admitindo ser este o pior Natal de sempre. Em plena
austeridade, os portugueses estão a poupar mais nos presentes de Natal,
preferem oferecer menos prendas e mais baratas. Até na decoração de Natal houve
poupança.
Sem subsídio de férias, os portugueses ficaram com a
carteira mais vazia. As causas para a contenção passam pela falta de emprego, o
risco de perder o trabalho, o aumento da carga fiscal, os cortes nos subsídios
e as reformas baixas.
Nelson Ferreira