27 de janeiro de 2013

Apenas mais um dia...

            Hoje é segunda, odeio segundas. Mais uma semana à porta. Saio de casa à pressa, não posso perder o autocarro outra vez. Chego à paragem (na realidade apenas um sinal), numa rua deserta no meio de nenhures. Está frio, chove e o guarda-chuva não me impede de me molhar. O autocarro nunca chega a horas, sempre demasiado cedo ou demasiado tarde. Assim são os autocarros urbanos nas pequenas cidades, ou entendidas como não tão grandes. Impossível de saber exatamente a periocidade dos seus horários e isto sem referir deslocações ao fim-de-semana, completamente infernais. Cada vez mais me convenço que a bicicleta é dos veículos mais úteis, já para não referir o menos dispendioso.
            Já são 8:18, "vou ter falta", penso para mim mesma. Ao longe vislumbro o autocarro e dou um suspiro de alívio, "Menos mal..." Saio no cimo da Marquês, ainda tenho de me sujeitar a 500 metros de chuva até à escola e já são 8:25. Em frente à Câmara Municipal é o caos, hora de trânsito, toda a gente quer chegar depressa ao destino mas praticamente ninguém se move, para ajudar ainda mais os semáforos estão intermitentes em pleno cruzamento. Boa hora para a expressão "Tudo ao molho e fé em Deus".
            Entro na escola a um passo apressado, passo pelo cacifo, recolho o meu material e chego à sala mesmo em cima do toque, "Desta já me safei". Ouço a professora e ao mesmo tempo observo o tempo lá fora, hipnotizada pelos pequenos pormenores de tudo. E assim se passam 50 minutos, mudo de sala, de disciplina, o principio mantem-se o mesmo. E assim se passa uma manhã. Pego nos meus livros e passo a hora de almoço na biblioteca. Vou recuperando a matéria que perdi nos meus devaneios, enquanto me deixo levar pela música do rádio. Tenho fome e o intervalo está a acabar. Desço as escadas em direção ao refeitório a desejar uma refeição agradável. Nunca achei as cantinas um local agradável, considero-as deprimentes.
            A sopa não era das minhas preferidas, um pouco insossa mas não quero ser esquisita. O que vem a seguir deixa muito a desejar, com um sabor estranho e desagradável que não consigo identificar. Pode ser que o pão ajude. Deixo metade da comida no prato e guardo a fruta para mais tarde. Embora não tenha gostado, estava cheia, por agora isso chegava-me... Toca a campainha e preparo-me para a tarde. As segundas são o pior, o tempo não passa, o relógio nunca avança. Deixo-me percorrer os meus pensamentos outra vez, enquanto rabisco uma folha e resolvo um ou outro exercício. Mais um toque, e também a tarde já passou. Recolho as minhas coisas e volto para a biblioteca, a parte mais agradável do meu dia. Agora sim posso explorar o que me apetecer, o tempo passa a correr e com muita pena minha tenho de voltar para casa. Continua a chover e mais uma vez o autocarro está atrasado. Já é de noite quando me sento e olho pela janela. À medida que a paisagem vai passando sinto-me satisfeita e calma...
            O dia não foi dos melhores, mas olhar lá para fora, para a escuridão, dá me vontade que chegue um novo dia. "Amanhã é terça. Odeio terças...".
Joana Rosa


Os cursos com maior empregabilidade

A atual crise vivenciada por todos os portugueses, e pela grande maioria da população mundial, faz-se sentir principalmente no emprego. Muitas das pessoas com formação superior em Portugal estão desempregadas, sendo que a taxa de desemprego nos jovens formados atinge valores altos e tende a aumentar. Torna-se, então, necessário escolher um curso com uma boa taxa de empregabilidade.
A área com maior saída é Medicina, que tem apenas 2,8% desempregados, entre 152 mil formados nos últimos 25 anos. Enfermagem, Farmácia, Análises Clínicas, Fisioterapia, Radiologia, são exemplos de outros cursos ligados à Saúde que têm uma elevada taxa de empregabilidade.
 A seguir vem Direito, com 3,2% de desempregados entre os 52967 diplomados. Depois Matemática e Estatística, com 3,6 %. Cursos como Estatística, Métodos Quantitativos e mestrados de Matemática são um bom passaporte para quem quer colocação rápida no mercado de trabalho, sem muitos inscritos nos centros de emprego.
 Há uma área que só tem 1,9% de desempregados, mas tem apenas 6030 diplomados neste período: é a de Serviços de Segurança. Também a Informática continua a ser uma escolha segura no mundo do trabalho. Cursos como Sistemas de Informação e Engenharia de Redes têm boas saídas profissionais. São poucos os licenciados nesta área que precisam de se inscrever nos centros de emprego, porque a procura ainda é grande.
Antigamente, escolhiam-se os cursos que mais se gostavam. Hoje em dia, há que saber conjugar os gostos pessoais com um curso que tenha mais saída a nível de emprego.
Rita Ferreira


Política, doce política

            Liberdade, felicidade, despreocupações e divertimento são alguns dos exemplos mais importantes de ideais que os jovens pretendem alcançar e, logo à primeira vista, a política não aparenta transparecer nenhum deles. “Há gente preocupada com o desinteresse dos jovens pela política e pela coisa pública” diz Manuel Alegre, de facto é o melhor a fazer visto que tal indiferença perante o tema referido é bastante notória por parte das gerações mais novas. A questão é: porquê?
            Em primeiro lugar há que notar que se está a mencionar a maioria dos jovens não o todo. Em segundo, tal como já referi anteriormente, a política não manifesta qualquer aspiração pretendida por um jovem. A sociedade também não ajuda minimamente quando dá a sua positiva opinião sobre a política portuguesa: “Isto é uma vergonha! Esta política portuguesa não vale nada!”. Quem nunca ouviu isto? Provavelmente todas as pessoas já ouviram isto. Então se assim é, como pode esperar a sociedade que os jovens revelem algum tipo de interesse pela mesma, se acabou por os voltar contra ela? O ser humano não nasce com valores, adquire-os com a educação e é nessa educação que é automaticamente transmitido o que se entende por política e os valores que a sociedade lhe dá e que, surpreendentemente, são negativos (também é verdade que, dadas as circunstâncias em que o país se encontra em termos políticos, não haverá muito onde se possa procurar motivação).
            Atualmente e para atrair mais jovens para o mundo político, diversos deputados tentam distorcer a ideia de que a política é algo mau e aborrecido, elogiando os jovens e referindo-se aos mesmos como uma “esperança para o país” (e, de facto, são, daí o desespero de os colocar no Parlamento) com discursos sentimentalistas e comoventes, transmitindo a liberdade que o jovem pode obter, quando revelado o interesse político.
            É necessária uma intervenção por parte dos mais novos no mundo social e para isso a criação de iniciativas como o Parlamento dos Jovens, um incentivo bastante favorável pois permite que cada um tome iniciativa própria para participar à sua maneira, dando o melhor de si.
            Para concluir, posso afirmar que presumivelmente os jovens estarão sempre ligados aos seus ideais e que o necessário não será forçar a sua entrada para a vida política com umas dezenas de discursos, mas sim encarar esta como algo correto, que se consegue melhorar dia após dia com o mínimo contributo que cada um de nós pode conceder para a sua evolução.

Inês Pereira

14 de janeiro de 2013




Esfrl, uma nova escola

Para nós, alunos do 10º ano da Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo, esta é uma nova fase da nossa vida escolar e pessoal. Uma nova escola, novos colegas, novos professores e, ainda, novas Disciplinas.
Este primeiro período de aulas bastou para nos adaptarmos à escola, aos professores e aos colegas, estes que também nos ajudaram na integração. Todo este processo de integração foi relativamente fácil devido ao facto de conhecermos pessoas que já frequentavam a escola, e colegas que vieram connosco da anterior escola onde completámos o 3º ciclo do Ensino Básico.
No entanto, nem tudo foi fácil, tivemos algumas dificuldades a nível do espaço, pois a escola, em relação à nossa anterior, é muito maior e contém um maior número de salas e espaços lúdicos. Tivemos também algumas dificuldades ao nível da exigência esperada nas fichas de avaliação, principalmente com as novas disciplinas, principalmente a Filosofia, pois desconhecíamos o seu objetivo e a sua utilidade prática no dia-a-dia.
Neste momento, e devido ao facto de já ter passado um período, temos uma opinião formada sobre a nossa nova escola. Esta oferece atividades como as propostas pelo Clube Europeu, principalmente aos alunos do Curso Cientifico-Humanístico de Línguas e Humanidades, a oportunidade de interagirem com novas Línguas e Culturas: o Alemão, o Francês e o Inglês.
De modo a enriquecer o nosso relato, fomos falar com alguns alunos, também estes iniciantes, para que pudéssemos comparar opiniões. Na sua grande maioria as opiniões não diferem muito. No entanto, alguns alunos dizem pensar mudar de curso, a sua escolha não foi ao encontro das suas expetativas, mas querem continuar a frequentar a nossa escola devido às boas condições que oferece.

Rafael Domingues e Maria Marcelino

9 de janeiro de 2013



Carta aberta ao Jornal

Caros Jornalistas,

            É com grande alegria que vejo que o órgão de comunicação social da ESFRL está em funcionamento.
Digo isto pois foi no ano de 2008/2009 que, no âmbito da disciplina de Área de Projeto, integrei um grupo de trabalho que refundou o jornal da escola. Em grupo, sobre a orientação da professora Anabela Graça, fizemos uma investigação sobre anteriores jornais e atribuímos, àquele que foi o primeiro Jornal Online da ESFRL, o histórico título "O Despertar".
            Como fui um dos pioneiros neste projeto, é com grande satisfação que vejo que há empenho de alunos e professores em mantê-lo. Na altura, os processos eram bastante básicos, apenas com alguns artigos um pouco interessantes para a comunidade escolar e o grande desafio foi sempre "como levar os alunos a lerem o jornal?" e, desta, criar uma tradição jornalística na escola em que a comunidade participa.
            Na altura assumia o cargo de presidente do conselho executivo a professora Cristina Ferreira com a qual estive várias vezes como aluno jornalista e também como representante dos alunos no conselho pedagógico da escola. Acabei por representar a escola e o distrito de Leiria no projeto Parlamento dos Jovens, como porta-voz distrital.
            Hoje, sou músico profissional de orquestra, pelo que a minha vida deu uma grande volta. É, portanto, um orgulho ter feito parte desta instituição e por isso satisfação a minha de ver que o Na Boca do Lobo está determinado a manter a voz dos alunos na Escola.
           Estou a escrever-vos para vos felicitar pela iniciativa e para que saibam que se precisarem podem contar com a minha ajuda, seja para o que for.

Boa sorte.

Com os melhores cumprimentos,

João Gaspar