14 de fevereiro de 2013


De malas aviadas...
         Desde sempre, o povo português mostrou ser um povo aventureiro e guerreiro, como nos mostra a nossa história. Outrora, o país já atravessou momentos difíceis, o que fez com que muitos nativos optassem pela emigração. Esta escolha de vida prende-se naturalmente a variados fatores, que vão desde questões relacionadas com o trabalho, formação profissional, cultura ou até mesmo com a procura de uma eventual vida melhor.
         Tem-se verificado na atualidade uma acentuada saída de jovens portugueses para o estrangeiro. Mais que um fenómeno constante e verificável nos dias de hoje, a emigração jovem anuncia-se como um fator preocupante para a economia e desenvolvimento do país, uma vez que muitos destes jovens possuem, pelo menos, a licenciatura do ensino superior. A saída de jovens vai contribuir, sem dúvida, para o aumento da taxa de população envelhecida do país, para além de que os jovens que terminam o seu curso e não chegam a entrar no mercado de trabalho não chegam a ser contabilizados como parte da população ativa nacional. 
         Constata-se que, em 2011, cerca de mais de 100 mil portugueses emigraram. Nos últimos quatro meses, acrescem-se mais de 10 mil. Segundo o Jornal de Negócios Online, os portugueses estão a deixar os tradicionais destinos de emigração, como o Reino Unido e a Espanha (para onde a emigração está a diminuir, mas ainda apresenta números consideráveis), procurando assim, “novas paragens”, tais como: Angola e Brasil, segundo dados mais recentes. Contudo, a emigração para a Suíça e para a França tem vindo a crescer.
         O que leva os jovens a emigrar para estes países? À partida, serão as condições que estes predispõem em contraste com o nosso país que, infelizmente, não tem vindo a ser capaz de fornecer as mesmas condições. Os jovens deveriam constituir a prioridade do Governo, o que não se tem verificado. O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Miguel Mestre, afirmou: «O jovem desempregado em vez de ficar na "zona de conforto", deve emigrar». Até o próprio chefe do Governo decidiu “aconselhar” os professores, considerando que aqueles que se encontram contratados a determinado prazo e que mais cedo ou mais tarde irão ser despedidos, e para aqueles que já estão desempregados, também a emigrar. Na minha opinião esta situação está a adquirir um caráter lastimável, o Governo deve sim apostar na “massa cinzenta” do país e não “exportá-la”, ou simplesmente não aproveitá-la.
         Em suma, muitos dos jovens têm emigrado com o intuito de fixação definitiva, mas ainda existem aqueles que vão trabalhar temporariamente (na sua maioria jovens acima dos 30 anos). Apesar de tudo, a emigração portuguesa ainda padece de pessoas com qualificações baixas.
Janice Raposo

Sem comentários:

Enviar um comentário