Desde sempre, o povo português mostrou
ser um povo aventureiro e guerreiro, como nos mostra a nossa história. Outrora,
o país já atravessou momentos difíceis, o que fez com que muitos nativos
optassem pela emigração. Esta escolha de vida prende-se naturalmente a variados
fatores, que vão desde questões relacionadas com o trabalho, formação
profissional, cultura ou até mesmo com a procura de uma eventual vida melhor.
Tem-se verificado na atualidade uma
acentuada saída de jovens portugueses para o estrangeiro. Mais que um fenómeno
constante e verificável nos dias de hoje, a emigração jovem anuncia-se como um
fator preocupante para a economia e desenvolvimento do país, uma vez que muitos
destes jovens possuem, pelo menos, a licenciatura do ensino superior. A saída
de jovens vai contribuir, sem dúvida, para o aumento da taxa de população
envelhecida do país, para além de que os jovens que terminam o seu curso e não chegam
a entrar no mercado de trabalho não chegam a ser contabilizados como parte da
população ativa nacional.
Constata-se que, em 2011, cerca de mais
de 100 mil portugueses emigraram. Nos últimos quatro meses, acrescem-se mais de
10 mil. Segundo
o Jornal de Negócios Online, os portugueses estão a deixar os tradicionais
destinos de emigração, como o Reino Unido e a Espanha (para onde
a emigração está a diminuir, mas ainda apresenta números consideráveis), procurando
assim, “novas paragens”, tais como: Angola e Brasil, segundo
dados mais recentes. Contudo, a emigração para a Suíça e para a França
tem vindo a crescer.
O que leva os jovens a emigrar para
estes países? À partida, serão as condições que estes predispõem em contraste
com o nosso país que, infelizmente, não tem vindo a ser capaz de fornecer as
mesmas condições. Os jovens deveriam constituir a prioridade do Governo, o que
não se tem verificado. O Secretário de Estado da Juventude e do
Desporto, Miguel Mestre, afirmou: «O jovem
desempregado em vez de ficar na "zona de conforto", deve emigrar». Até
o próprio chefe do Governo decidiu “aconselhar” os professores, considerando
que aqueles que se encontram contratados a determinado prazo e que mais cedo ou
mais tarde irão ser despedidos, e para aqueles que já estão desempregados,
também a emigrar. Na minha opinião esta situação está a adquirir um caráter
lastimável, o Governo deve sim apostar na “massa cinzenta” do país e não
“exportá-la”, ou simplesmente não aproveitá-la.
Em suma, muitos dos jovens têm emigrado com o intuito de
fixação definitiva, mas ainda existem aqueles que vão trabalhar temporariamente
(na sua maioria jovens acima dos 30 anos). Apesar de tudo, a emigração portuguesa ainda padece de
pessoas com qualificações baixas.
Janice Raposo
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