
Quem
nunca se questionou no início do ano lectivo sobre os novos professores? Bastam
algumas semanas de aulas para o tema das
conversas entre colegas de turma (e até de diferentes escolas) ser a
competências dos novos profissionais e aí surgem certas questões, como
por exemplo: “Será que vai ser o resto do ano assim?”; “Como é possível ele(a) exercer esta profissão?”; “Com tantos professores
desempregados, foi este(a) o/a melhor para nos dar aulas?”. Estas interrogações
por muito más que sejam, são normais e generalizadas, isto é, todos os alunos
têm ou já tiveram a professora que passa as aulas a falar da sua vida privada,
o professor que atende o telemóvel ou come na aula, etc.
Estas perguntas deveriam ser evitadas por respeito aos alunos
e, acima de tudo, ao ensino. Na realidade, os alunos são “clientes” de um
serviço concedido pelos professores, assim sendo, esse não deveria ser prestado
com a melhor qualidade e pelos melhores profissionais? Não deveríamos nós,
enquanto “clientes”, ter uma palavra a dizer sobre os profissionais que nos
ensinam? Será meramente um devaneio pensar que os alunos também deveriam
avaliar os seus professores?
Ano após ano deparo-me com novos profissionais, alguns ensinam
e outros tentam, sendo uns melhores que os outros e, como se espera, quanto
melhor for o professor maior é a probabilidade de este garantir o seu emprego.
Parece lógico… Mas é irreal! Quem nunca viu o seu professor do ano letivo
anterior, de qualidade acima da média, actualmente no desemprego? Parece algo
sem lógica… Mas é a realidade!
Será o desemprego, desses excelentes profissionais, apenas
danos colaterais da actual conjuntura? E nós alunos, os profissionais do
amanhã, não deveríamos aprender com os melhores para fornecermos mão-de-obra
qualificada ao país?
A ferida está aberta e aos olhos de todos os alunos, basta
pôr-lhe o dedo em cima.
Tiago Azevedo Basílio